terça-feira, 21 de maio de 2019

Dor após um Acidente Vascular Cerebral (AVC)



Artigo por NeuroSer

 A dor define-se como uma experiência emocional e sensorial geralmente desagradável, associada a uma lesão tecidular real ou potencial, ou descrita em termos dessa lesão.
A dor é um problema comum nas pessoas que sofreram um AVC (11% a 55% dos casos) e que deve ser valorizado.

Ombro doloroso

O ombro doloroso surge em cerca de 11% a 14% dos casos pós-AVC e afecta normalmente o membro superior (braço) mais afectado. Poderá resultar de duas situações: ombro congelado ou sub-luxação do ombro.
Nestas situações um correcto posicionamento do membro é vital para reduzir a pressão realizada sobre as estruturas cápsulo-ligamentares, evitar o surgimento de uma situação de ombro congelado ou sub-luxação e permitir a manutenção da mobilidade do membro superior.

Dor central pós-AVC

A dor central afecta cerca de 12% dos casos pós-AVC e é uma forma de dor neuropática que resulta de uma lesão primária ou uma disfunção do sistema nervoso central após o AVC.
É descrita pelas pessoas como uma sensação de queimadura gelada, dor latejante e com “vida própria”, sendo que se exacerba face a situações de stress físico ou emocional. Algumas pessoas tem a sensação de formigueiro e dormências nas áreas de dor.
Este tipo de dor poderá surgir logo após o AVC ou meses mais tarde e ocorre normalmente no hemicorpo mais afectado, sendo a sua localização variável de caso para caso.

Dor vs. Espasticidade

A dor encontra-se também relacionada com a presença de espasticidade, pelo aumento do tónus muscular, que pode dificultar a mobilização das partes do corpo afectadas. Para além disso a espasticidade provoca uma tensão e contração anormal dos músculos, podendo causar espasmos dolorosos.
É por isso fundamental o tratamento da espasticidade, a fim de evitar o surgimento de contraturas, a diminuição/impossibilidade da mobilidade dos membros afectados e o surgimento de dor associada a estas alterações.

Outras condições dolorosas

Como outras condições dolorosas podemos mencionar a dor nas mãos associada ao edema presente, sendo que este tipo de dor surge normalmente nos casos em que existe uma diminuição ou incapacidade para mover a mão.
A dor de cabeça poderá estar presente, podendo surgir associada ao stress, depressão, dificuldade em dormir ou ser provocada por um efeito secundário da medicação. É por isso importante nestes casos informar o seu médico.

Tratamento

A dor pode persistir por um longo período de tempo após o AVC, influenciando o bem-estar da pessoa, sendo por isso importante o seu tratamento.
Tratamento Farmacológico: contacte o seu médico para que este possa ajudar na prescrição de medicamentos adequados à sintomatologia dolorosa.
Tratamento Não-Farmacológico: a fisioterapia constitui uma das abordagens que tem efeitos benéficos e eficazes no tratamento da dor e promoção do bem-estar.
Revisão Clínica: Mariana Mateus


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