Artigo por NeuroSer
A dor define-se como uma experiência emocional e
sensorial geralmente desagradável, associada a uma lesão tecidular real ou
potencial, ou descrita em termos dessa lesão.
A dor é um problema comum nas pessoas que sofreram um AVC
(11% a 55% dos casos) e que deve ser valorizado.
Ombro doloroso
O ombro doloroso surge em cerca de 11% a 14% dos casos
pós-AVC e afecta normalmente o membro superior (braço) mais afectado. Poderá
resultar de duas situações: ombro congelado ou sub-luxação do
ombro.
Nestas situações um correcto posicionamento do membro é
vital para reduzir a pressão realizada sobre as estruturas
cápsulo-ligamentares, evitar o surgimento de uma situação de ombro congelado ou
sub-luxação e permitir a manutenção da mobilidade do membro superior.
Dor central pós-AVC
A dor central afecta cerca de 12% dos casos
pós-AVC e é uma forma de dor neuropática que resulta de uma lesão primária ou
uma disfunção do sistema nervoso central após o AVC.
É descrita pelas pessoas como uma sensação de queimadura
gelada, dor latejante e com “vida própria”, sendo que se exacerba face a
situações de stress físico ou emocional. Algumas pessoas tem a
sensação de formigueiro e dormências nas áreas de dor.
Este tipo de dor poderá surgir logo após o AVC ou meses mais
tarde e ocorre normalmente no hemicorpo mais afectado, sendo a sua localização
variável de caso para caso.
Dor vs. Espasticidade
A dor encontra-se também relacionada com a presença de
espasticidade, pelo aumento do tónus muscular, que pode dificultar a mobilização
das partes do corpo afectadas. Para além disso a espasticidade provoca uma
tensão e contração anormal dos músculos, podendo causar espasmos dolorosos.
É por isso fundamental o tratamento da espasticidade, a fim
de evitar o surgimento de contraturas, a diminuição/impossibilidade da
mobilidade dos membros afectados e o surgimento de dor associada a estas
alterações.
Outras condições dolorosas
Como outras condições dolorosas podemos mencionar a dor
nas mãos associada ao edema presente, sendo que este tipo de dor surge
normalmente nos casos em que existe uma diminuição ou incapacidade para mover a
mão.
A dor de cabeça poderá estar presente, podendo
surgir associada ao stress, depressão, dificuldade em dormir ou ser
provocada por um efeito secundário da medicação. É por isso importante nestes
casos informar o seu médico.
Tratamento
A dor pode persistir por um longo período de tempo após o
AVC, influenciando o bem-estar da pessoa, sendo por isso importante o seu
tratamento.
Tratamento Farmacológico: contacte o seu médico para
que este possa ajudar na prescrição de medicamentos adequados à sintomatologia
dolorosa.
Tratamento Não-Farmacológico: a fisioterapia constitui
uma das abordagens que tem efeitos benéficos e eficazes no tratamento da dor e
promoção do bem-estar.
Revisão Clínica: Mariana Mateus
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