Distúrbios do sono são predominantes em pacientes que sofreram AVC. Estudos recentes sugerem que eles são tanto um fator de risco, como uma consequência, afetando a recuperação e a recorrência. Uma nova avaliação, publicada na revista Neurology, analisa os tipos de distúrbio do sono observados no AVC, suas associações com risco de novos incidentes e os efeitos do tratamento.
Distúrbios respiratórios do sono (DRS)
DRS incluem apneia obstrutiva e central, diagnosticada por um índice de apneia-hipopneia de ≥ 5 eventos por hora. Distúrbios respiratórios do sono são comuns após um AVC agudo. Aqueles com DRS são, pelo menos, duas vezes mais propensos a ter um AVC.
Apneia obstrutiva com um índice de ≥15 ou ≥20 eventos por hora está associada com um risco aumentado de morte ou recorrência de AVC. O tratamento desses distúrbios podem melhorar a recuperação do paciente.
Hipersonia / Sonolência excessiva diurna
Hipersonia ou sonolência excessiva diurna podem acompanhar AVCs nas áreas subcortical e ponto-mesencefálico. Um estudo mostrou maior necessidade de sono em quase metade dos pacientes avaliados entre 21 e 18 meses pós-incidente. Os sintomas podem melhorar ou persistir depois de alguns meses. Dormir ≥ 8 a 9 horas por dia pode levar a um risco 45% maior para AVC.
Insônia
A prevalência de insônia pode ser de 50% após um AVC. Ponto-mesencefálico, talâmico paramediano e acidentes vasculares cerebrais no córtex pré-frontal dorsolateral podem levar à insônia. Sono de ≤ 6 horas tem sido associado a um risco 15% maior para AVC. Tratamentos medicamentosos apresentaram resultados mistos.
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Síndrome das Pernas Inquietas / Movimentos periódicos dos membros
A Síndrome das Pernas Inquietas é um impulso noturno de mover as pernas, que piora com o repouso e melhora com o movimento. Movimentos periódicos dos membros são movimentos da perna vistos em polissonografia e podem ser vistos no lado contralateral de um AVC. Agonistas dopaminérgicos podem melhorar os sintomas.
Distúrbio de comportamento do sono REM
Está associado com o comportamento clínico do sonho, confirmada pelo sono REM sem atonia, em polissonografia. O distúrbio é, provavelmente, associado a infartos do tronco cerebral. Incidentes de risco para AVC são desconhecidos.
A publicação conclui que os distúrbios respiratórios do sono e transtorno do ciclo vigília-sono aumentam o risco de AVC na população em geral, e afetam a recuperação a curto e longo prazo. Por isso, uma avaliação do sono deve ser considerada pelos médicos.
Referências:
- Hermann DM and Bassetti CL.Role of sleep-disordered breathing and sleep-wake disturbances for stroke and stroke recovery. Neurology 2016 Aug 3; [e-pub]. (https://dx.doi.org/10.1212/WNL.0000000000003037)
- https://www.jwatch.org/na42017/2016/08/19/associations-between-sleep-and-stroke
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