Insatisfação sexual é queixa de 51% dos pacientes que sofreram AVC
Quando um paciente
sofre um AVC (Acidente Vascular Cerebral), os médicos se atentam inicialmente
as sequelas motoras e cognitivas, mas sabe qual assunto é dificilmente abordado?
A vida sexual de quem sofreu um acidente vascular cerebral. "É claro que
esse não é o primeiro assunto abordado na terapia, o paciente está de início
precisa compreender como o AVC vai afetar a sua vida. Mas durante o
desenvolvimento do trabalho o psicólogo procura abordar todas as áreas que
envolvem o emocional, a satisfação com a vida em todos os aspectos", disse
ao VivaBem Silvana Hartmann, psicóloga no Hospital Moinho dos Ventos, em Porto
Alegre, durante XXI Congresso Iberoamericano de Doenças Cerebrovasculares, em
Gramado (RS).
O aparecimento das
queixa começa depois que o paciente volta para casa e começa a recuperar sua
vida e rotina.
Hartmann afirmou que a
sexualidade ainda é um tabu, ainda mais entre os idosos. "Geralmente o
assunto aparece de forma discreta, mas conseguimos ampliar e mostrar a
importância de conversar sobre, para buscar saídas. De forma geral, as mulheres
são as que trazem com maior frequência esse relato, com esse medo de que antes
do AVC tinha um casamento ótimo, mas depois ficou sem a vida sexual",
completou.
De acordo com a
psicóloga, a insatisfação moderada ou completa da vida sexual ocorrem em até
51% dos pacientes. Homens costumam apresentar disfunção sexual e diminuição da
libido, e mulheres têm queda na lubrificação vaginal.
Os psicólogos
incentivam a conversa sobre sexo para tentar ajudar os pacientes com uma saída,
acabando com a angústia sobre o tema. "As causas podem ser multifatoriais
e precisam ser identificadas. Pode ser por ansiedade, efeito de medicação, pode
ter relação com a lesão sofrida no cérebro, déficits cognitivos e sensoriais,
medo de ter outro AVC durante o sexo," enumera a psicóloga.
Após o relato do
paciente, o profissional encoraja e ajuda que haja uma conversa sobre o tema
com outros médicos, para compreender se não conseguir transar é uma sequela do
AVC, é algo pessoal e emocional, ou uma mistura de ambos.
"Tem medicações
que podem ser dadas, o assunto pode ser debatido na terapia para deixar de ser
tabu, pode ser preciso fazer adaptações na forma de ter prazer, o paciente pode
ter que se reinventar, conhecer outras formas de se relacionar, existe uma gama
de caminhos". O importante é tirar mais essa agonia da cabeça de quem
sofreu um AVC, e ajudá-la a voltar a ter satisfação sexual, uma vez que ter acidente
vascular cerebral não precisa interromper a vida sexual.
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